Um Componente Curricular ligado à tecnologia pode não parecer tão óbvio e fácil para estudantes de uma licenciatura. E, durante uma pandemia, com aulas remotas, o que foi óbvio foi o desafio. Porém, contrariando todos os conceitos que talvez existissem previamente, licenciandos da UFFS – Campus Chapecó criaram aplicativos para uso como recurso de ensino-aprendizagem em sala de aula.
Não ao acaso, a palavra que os estudantes mais mencionaram ao falar da experiência foi “desafio”. Porém, os estudos, o empenho e o resultado, segundo eles e o professor Carlos França, que ministrou o CCR, valeram a pena. A disciplina é, originalmente, da grade curricular do curso de Pedagogia, mas estudantes de outras licenciaturas também participaram.
Depois de aulas teóricas e do entendimento das linhas teóricas que dão suporte ao que é proposto no CCR, os estudantes discutiram ideias, as fundamentaram e as colocaram em prática.
Com um ambiente de programação voltado à educação do Google em parceria com o MIT e a ferramenta App Inventor, os estudantes conseguiram criar aplicativos a respeito de vários conteúdos, como Roma Antiga e gêneros textuais.
“A educação é um desafio. Mas isso é ser professor, é se desafiar, é perceber onde há grandes potenciais de desenvolvimento”, ressaltou Geovana Vaccaro, estudante de Pedagogia. Ela está no final do curso, mas, motivada pelos aprendizados no CCR, já iniciou uma pós-graduação em Tecnologia Aplicada à Educação.
A colega que fez dupla com ela na criação do aplicativo de gêneros textuais, Milena Peruzzo, conta que foram necessárias muitas pesquisas, muito vídeo de YouTube e muita repetição (até acertar) para chegar ao aplicativo que foi entregue. “Erramos quatro vezes no mesmo ponto e, horas antes da entrega, vimos que estava dando erro em um aparelho celular. Buscamos até o final resolver e, embora tenha sido um sufoco, foi empolgante”, ressalta.
Essa autonomia e esse interesse dos estudantes empolgou, também, o professor. França relata que percebeu que os estudantes saíram dessa experiência com a autoestima mais elevada. “Vejo os estudantes mais responsáveis, entendendo que têm condições de fazer a diferença”.
Para ele, que atua há quase 30 anos em sala de aula, foi a primeira vez que precisou ministrar a disciplina de maneira remota. Contra todas as perspectivas que poderiam ser ruins, a pandemia, entretanto, foi apenas mais um dos elementos que tornou os trabalhos, em suas palavras, um “resultado extraordinário”.
Natália Barilli, estudante de História, fez o aplicativo com a irmã, Paloma. O chamado Roma I foi testado na irmã mais nova das duas e suas amiguinhas. E já tem planos de ser ampliado: com as devolutivas dos estudantes sobre o Roma I, elas já planejam o Roma II. “A base será o que as crianças trazem para a sala de aula.
Para ela, que já atua como professora há cinco anos, trabalhar com aplicativos traz novas possibilidades e amplia a visão das crianças em sala de aula. “O uso de tecnologias em sala de aula não é tão comum ainda. Por outro lado, a maioria dos estudantes tem celular. É possível, sim, relacionar o conteúdo com algo mais próximo do cotidiano deles”, frisa ela.
Darlan Soave é da Matemática e fez questão de cursar o CCR. E quer levar a experiência para outro nível, assim como as colegas. “Temos a base de como fazer. Depois de pegar o jeito, fica mais natural. Penso que será possível, sim, seguir criando novos aplicativos”, finaliza.
fonte: UNIVERSIDADE FEDERAL DA FRONTEIRA SUL - UFFS/Campus Chapecó/SC
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